A terceira edição da Feira de Conhecimento e Arte (Feconart), realizada em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, tem mobilizado estudantes de 12 escolas da região na produção de projetos científicos. O evento, iniciado na terça-feira, 13 de agosto, e que segue até sexta-feira, 16, visa aproximar a ciência dos jovens e incentivá-los a buscar soluções para problemas locais, com a participação de cerca de 100 projetos, quase o dobro do ano anterior.
Criada em 2022 por professores do Centro de Excelência Dom Juvêncio de Britto, a Feconart surgiu para mostrar que a ciência pode ser acessível e aplicada ainda na escola. "Os projetos são desenvolvidos a partir de problemáticas locais, que os alunos trazem de acordo com a realidade deles", afirmou a diretora da escola, Rubia Virgínia. Um exemplo desse impacto é o AgroSapiens, uma assistente virtual que utiliza inteligência artificial para auxiliar produtores rurais, tornando as práticas agrícolas mais eficientes e sustentáveis. Desenvolvido por alunos do Dom Juvêncio, o projeto já foi finalista na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), um dos maiores eventos do país na área.
Outro destaque da feira é o SaneaVida, projeto de uma equipe liderada pela estudante Maysa Oliveira, que criou um site para relatar problemas de saneamento básico e encaminhá-los às autoridades competentes. Para Maysa, participar da Feconart é uma oportunidade única de apresentar o projeto a um público diversificado e de contribuir para a melhoria das condições de vida na sua comunidade.
A Feconart também atua como um espaço de intercâmbio de ideias entre estudantes de diferentes escolas. Nayra Santana, aluna do Colégio Estadual Delmiro de Miranda Britto, participa pela segunda vez do evento, desta vez com um projeto que busca reduzir o tempo de tela entre crianças através de livros infantis interativos.
Este ano, a Feconart expandiu suas fronteiras, oferecendo aos estudantes a oportunidade de apresentar seus projetos em feiras internacionais. De acordo com a professora Lark Soany, uma das organizadoras do evento, foram concedidas 36 credenciais internacionais para estudantes participarem de feiras em sete países diferentes. Essa expansão representa um marco importante para a feira e para os jovens cientistas da região.