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É que o de cima sobe e o de baixo desce

Por Everton Silva*

Todo mundo está cansado de saber que o Brasil é um dos piores no quesito de distribuição de renda, onde os 10% mais ricos concentram cerca de 50% da renda do país. E se a situação da desigualdade social é crítica, a empresarial é ainda maior. Dos 21 milhões de empresas registradas, apenas 83 mil (0,4%) faturam mais de R$100 milhões por ano, enquanto a maioria fecha as portas no início das operações - é que o de cima sobe e o de baixo desce.

Os dados do Mapa das Empresas, do governo federal, refletem as diferenças entre as operações das pequenas e médias empresas (PMEs), e dos grandes players do mercado, especialmente no que diz respeito à gestão financeira. Enquanto os tubarões investem pesado no setor, com processos integrados de gestão financeira (BPO), as demais omitem esses cuidados, encarando-os como um custo desnecessário.

No entanto, muitas organizações vêm optando por enfrentar estes desafios de forma única - através da terceirização da gestão financeira. Além da redução de custos, a prática dá acesso a especialistas e consultores em finanças a um custo bastante acessível. Isso permite que as empresas se concentrem em suas atividades principais, desenvolvendo o negócio sem se preocuparem com as complexidades da gestão financeira.

Um cozinheiro que decide abrir um restaurante sabe muito sobre quais pratos deve servir para cada público, mas dificilmente terá noções sobre a melhor forma de gerir o seu financeiro. Essas empresas terceirizadas usam tecnologia de ponta para processar transações, elaborar relatórios financeiros e prever o fluxo de caixa, resultando em operações mais ágeis e precisas. Isso sem contar a escalabilidade e flexibilidade oferecidas, que costumam acompanhar o crescimento e as mudanças do mercado.

Existem muitos motivos que levam a essa perpetuação de poder - onde poucas empresas estão no topo, e muitas no fundo. A máxima de que "todos podem empreender, basta querer" é real. Mas assim como um restaurante precisa de um cozinheiro, um negócio precisa de alguém que entenda de administração financeira. A melhor receita do sucesso, se é que existe uma, é saber como fazer.

*Especialista em gestão financeira, com MBA pela European School of Management and Technology, e atua como CEO e fundador da iFinance