Pediatra é investigado por série de abusos sexuais

Fernando Cunha é suspeito de abusar de meninas por 33 anos

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A Polícia Civil da Paraíba está investigando uma série de denúncias de estupro de vulnerável que envolvem o pediatra Fernando Paredes Cunha Lima. O médico é suspeito de ter abusado sexualmente de meninas com idades entre 4 e 9 anos, em um período que se estende por pelo menos 33 anos. As investigações apontam um padrão de comportamento, descrito por várias vítimas em depoimentos, que inclui a prática dos crimes durante consultas de rotina, aproveitando momentos de distração das mães das crianças.

O delegado Cristiano Santana, superintendente da Polícia Civil, afirmou que os depoimentos apresentam "muitas convergências" e que o suspeito agia principalmente no consultório, onde a confiança estabelecida com as mães facilitava a ação criminosa. "O crime nunca acontecia na primeira consulta. Havia uma relação de confiança na mãe que leva a filha a um pediatra", explicou Santana, destacando a gravidade da quebra de confiança devido à profissão do acusado.

A primeira denúncia formal contra o pediatra ocorreu no dia 25 de julho, quando uma mãe relatou que testemunhou o momento em que o médico teria tocado as partes íntimas de sua filha durante uma consulta. Após essa denúncia, a investigação ganhou visibilidade, levando outras vítimas a se apresentarem na Delegacia de Repressão a Crimes contra a Infância e a Juventude para prestar depoimentos. Entre essas novas denúncias, destacam-se os relatos de duas sobrinhas do pediatra, que afirmaram terem sido abusadas na década de 1990, quando tinham 9 anos.

A delegada Isabel Costa, responsável pelo caso, informou que seis vítimas já prestaram depoimentos formais. As investigações apontam que o médico cometia atos libidinosos diversos à conjunção carnal, o que, de acordo com a legislação vigente, configura estupro de vulnerável. Segundo a delegada, os relatos coletados até o momento apresentam um padrão de comportamento que confirma a suspeita de uma ação sistemática por parte do médico ao longo de várias décadas.

A repercussão do caso levou o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) a abrir uma sindicância para apurar a conduta de Fernando Cunha Lima.

Em nota, a defesa de Fernando Cunha Lima declarou que o pediatra é inocente e que está sendo acusado injustamente. Afirmou ainda que ele está disposto a colaborar com as investigações e não o fez por motivos de saúde.