Teoria, prática e encanto com a ciência

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Por Vinícius Costa*

Física, Química e Biologia. Por que essas três palavras trazem arrepios em muitos jovens e adultos? Elas são quase sempre consideradas matérias "dificílimas" ou associadas com aquela expressão preconceituosa de que "coisa de doido". Talvez esse trauma tenha origem em um modelo de ensino tradicional que não mostra a aplicabilidade da ciência no nosso dia a dia. E no dia 11 de agosto, quando se comemora o Dia do Estudante no Brasil, é relevante pensarmos como a ciência pode ser desmistificada por meio de ações da extensão universitária em que alunos atuam em conjunto com a comunidade.

Podemos considerar um Ensino Médio "tradicional" aquele no qual o professor é o detentor do conhecimento e passa a matéria por meio de fórmulas decoradas, de memorização da tabela periódica ou que se orgulha em saber, na ponta da língua, o nome de todos os aminoácidos. Porém, sem apresentar a contextualização desse conhecimento científico tão rico. Por experiência própria, nunca precisei decorar o nome de todos os átomos da tabela periódica para finalizar meus pós-docs.

Ainda como acadêmico da Ânima Educação, tive contato com diversas ações que procuraram estimular o interesse de jovens do Ensino Fundamental e Médio pela ciência. Programas extensionistas como "Viver Ciências" e "Jovem Cientista" abrigaram alunos de escolas públicas nos laboratórios das faculdades. Nesse ambiente, onde vários jovens nunca tiveram oportunidade de pisar, foram desenvolvidas oficinas lúdicas a fim de estimular a curiosidade em ciências.

Quando as faculdades e a comunidade dialogam por meio da ciência tudo muda e estas instituições colocam em prática a sua função social. A ciência não é um território "dificílimo", mas sim, um cenário livre para construir a evolução do ser humano individualmente e, por consequência, inevitável e muito benéfica para a comunidade que o abriga.

Comemorado oficialmente desde 1927, o Dia do Estudante surgiu um século antes, em 1827, quando Dom Pedro I inaugurou os dois primeiros cursos superiores brasileiros, nas áreas de Ciências Jurídicas e Ciências Sociais. Os cursos foram ministrados em Pernambuco e em São Paulo.

*Químico, pesquisador e diretor do Centro Universitário IBMR.