Por:

Leilão de concessão de saneamento em Sergipe

A Iguá venceu a concessão da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) com uma oferta de R$ 4,5 bilhões, superando em 122% o valor mínimo estipulado pelo Estado, que era de R$ 2 bilhões. O leilão foi marcado por uma intensa competição. Com isso, a companhia terá direito a operar os serviços de água e esgoto por 35 anos no estado.A Iguá conquistou a concessão da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) por R$ 4,5 bilhões, superando em 122% o valor mínimo estipulado pelo Estado, de R$ 2 bilhões, em um leilão marcado por forte concorrência. O certame, realizado na última quarta-feira (4), na B3, era um dos mais esperados no mercado de saneamento, especialmente após um período de estagnação nas concessões do setor. Nos últimos anos, iniciativas como a privatização da Sabesp e as Parcerias Público-Privadas (PPPs) do Piauí e da Sanepar, previstas para este ano, ainda não avançaram. Com um contrato que prevê investimentos de R$ 6,3 bilhões para a universalização dos serviços até 2033, o projeto de Sergipe segue as diretrizes do Marco Legal do Saneamento. Destes investimentos, R$ 4,7 bilhões deverão ser aplicados nos primeiros dez anos. A empresa Iguá venceu outras três concorrentes que participaram do leilão, com ofertas que variaram de R$ 2,7 bilhões a R$ 3,6 bilhões, e terá o desafio de atender 2,3 milhões de pessoas em 74 dos 75 municípios do estado. A modelagem da concessão foi elaborada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, diferente de outros estados, como Rio de Janeiro e Alagoas, Sergipe será tratado como um bloco único. Um ponto importante do contrato é que a Iguá não poderá fazer reajustes tarifários acima da inflação nos primeiros três anos de operação, conforme previsto no edital. Além disso, a Deso continuará responsável pela captação e tratamento de água, que será vendida para a Iguá, responsável pela distribuição. A expectativa é que a concessão ajude a impulsionar o desenvolvimento do estado, já que Sergipe, apesar de ser o menor do Brasil, já possui mais de 90% de sua população com acesso a serviços de abastecimento de água, o que torna o desafio de universalização relativamente menos complexo.