1ª Conferência da Diáspora Africana nas Américas

O evento, em Salvador, foi encerrado com carta de recomendações

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A instituição de uma agência permanente em Salvador para atuar pelo fortalecimento dos ideais do pan-africanismo e a promoção do direito a terra e ao território às comunidades tradicionais foram algumas das recomendações para o 9° Congresso Pan-Africano, que será realizado na capital do Togo, Lomé, ainda este ano.

As indicações integram a Carta da 1ª Conferência da Diáspora Africana nas Américas, realizada na capital baiana. O documento foi entregue ao presidente organizador da Conferência Pan-africana de Lomé, Robert Dussey, que é ministro de Relações Exteriores togolês.

A Conferência foi encerrada na última semana de agosto - Dia Internacional das Pessoas Afrodescendentes - com participação, na última plenária, dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores); Aniele Franco (Igualdade Racial); Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania); Margareth Menezes (Cultura); o presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues; e a presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella. O governador Jerônimo Rodrigues e os secretários Raimundo Nascimento (interino da Justiça e Direitos Humanos), Ângela Guimarães (Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tracionais), Maurício Bacelar (Turismo), e Bruno Monteiro (Cultura), também participaram do debate.

A União Africana (UA) escolheu a cidade mais negra fora de África, Salvador, para sediar a primeira reunião da 6ª Região em território não africano, em função da afrocentralidade predominante na cultura baiana. A 6ª Região é composta por pessoas de origem africana, que vivem fora do continente, independentemente de nacionalidade. A Conferência teve o objetivo de mobilizar os afrodescendentes das Américas em torno dos eixos: pan-africanismo, memória, restituição, reparação e reconstrução. O Congresso Pan-Africano está sendo precedido por seis conferências regionais, visando à geração de subsídios para as discussões do 9º Congresso, sendo realizada uma em cada região africana (Meridional, Setentrional, Central, Oriental, Ocidental, bem como a diáspora).

O governador Jerônimo Rodrigues disse que a Conferência era um momento de integração da cultura afro-diaspórica, uma agenda articulada entre universidades.