A campanha para prefeito de Fortaleza foi a mais cara do Nordeste e a quarta mais cara do Brasil nas eleições municipais recentes. De acordo com os dados financeiros declarados pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a arrecadação dos candidatos na capital cearense somou R$ 57,8 milhões. Este valor coloca Fortaleza como destaque negativo na região, ultrapassando em muito as campanhas das outras três maiores cidades do Nordeste. Para exemplificar a disparidade, os valores somados das campanhas de Recife, Salvador e São Luís não atingem o montante gasto em Fortaleza.
A campanha em Recife, por exemplo, arrecadou R$ 25,9 milhões, enquanto Salvador teve R$ 14,8 milhões e São Luís, R$ 10,6 milhões. Em Aracaju, o investimento também foi significativo, alcançando R$ 22 milhões, o que colocou a capital sergipana em terceiro lugar no ranking regional. Esses números demonstram claramente a magnitude da campanha em Fortaleza em comparação com as demais capitais do Nordeste. O cenário nacional também é revelador. Fortaleza ocupa a 4ª posição no ranking das campanhas mais caras do Brasil, atrás apenas das disputas em São Paulo (R$ 140 milhões), Belo Horizonte (R$ 75 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 59,1 milhões). Essa realidade coloca a cidade cearense em uma posição de grande relevância no contexto político e eleitoral brasileiro, com um gasto substancial em sua corrida pelo Paço Municipal. Mas o que explica tamanha disparidade de recursos? A explicação pode ser encontrada na força política e na importância estratégica atribuída à eleição em Fortaleza, a única capital nordestina governada pelo PDT.
O partido, em busca de manter o controle da cidade, tem investido pesadamente na candidatura de José Sarto. A estrutura do partido, com forte apoio do fundo eleitoral, tem se refletido diretamente no montante de recursos aplicados na campanha. Outro fator relevante é o envolvimento de outros grandes partidos, como o PL, que também tem direcionado consideráveis recursos à candidatura de André Fernandes.
O alto volume de investimentos tem sido uma característica de campanhas em grandes centros urbanos, onde o custo das eleições é amplificado pela concorrência e pela busca por uma base eleitoral sólida.
