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Saúde investiga água contaminada no Ceará

Após a contaminação da água em três poços com urânio, em Santa Quitéria, no interior do Ceará, uma equipe técnica do Ministério da Saúde chega à cidade na última quarta-feira (23) para auxiliar nas investigações. Os agentes fazem parte do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS-Avançado). A Pasta está monitorando a situação de perto e já realizou reuniões com gestores e técnicos da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) e do Instituto de Radioproteção e Dosimetria da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IRD/CNEN) para avaliar os possíveis riscos à população.

De acordo com uma portaria do Ministério da Saúde, de 2021, o valor máximo de urânio permitido na água potável é de 0,03 mg/L. Embora o estudo ainda não tenha sido divulgado, a Sesa informou que os valores encontrados no distrito de Trapiá foram até sete vezes superiores ao recomendado. Apesar disso, a Secretaria ressaltou que, até o momento, não foram registradas condições clínicas ou epidemiológicas associadas à contaminação por urânio entre os moradores de Santa Quitéria. Dependendo da quantidade e do tempo de exposição, o metal pode causar problemas renais e câncer.

A alta concentração natural de urânio no solo de Santa Quitéria é apontada pelo Governo do Ceará como a principal causa da deterioração da qualidade da água. O município foi escolhido para sediar uma usina de beneficiamento de urânio, que ainda está em fase de discussão e licenciamento.