Festa do Rosário dos Pretos vira patrimônio

A Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi oficialmente reconhecida como patrimônio imaterial da Bahia no último sábado (19), em decisão publicada no Diário Oficial do Estado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). Com grande importância para a comunidade afro-brasileira, a festa é realizada desde o período colonial, com registros a partir de 1820, e possui uma forte ligação com a Irmandade do Rosário dos Pretos, situada no Pelourinho. O templo azul, localizado no Centro Histórico de Salvador, foi fundado no século 18 por negros escravizados e é um marco cultural na capital baiana.

A celebração reúne diversos elementos das tradições africanas, como música, dança e rituais, além de incluir eventos religiosos, como a missa cantada, sermão e uma procissão matinal que atravessa o Centro Histórico até a igreja no Largo do Pelourinho. Essa tradição, rica em significados e representações culturais, agora está registrada no Livro de Registro Especial dos Eventos e Celebrações da Bahia.

O reconhecimento como patrimônio imaterial visa garantir a preservação e a valorização desse legado, que tem resistido ao tempo e continua a ser uma manifestação viva da cultura afro-brasileira no estado. O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) foi designado como responsável pela proteção e manutenção da tradição, assegurando que a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos siga como um símbolo da resistência e da memória coletiva da população negra na Bahia. A Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, além de seu valor histórico e religioso, desempenha um papel fundamental na preservação da memória e identidade afro-brasileira.