O governo federal declarou situação de emergência em 14 municípios nordestinos que enfrentam os impactos da seca prolongada e da estiagem, ampliando a crise hídrica e seus efeitos na região. A medida foi publicada no Diário Oficial da União e atinge cidades de cinco estados: Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Com o reconhecimento federal, os municípios poderão solicitar recursos para ações de emergência, como programas de abastecimento e suporte à agricultura e pecuária, setores fortemente afetados pela falta de chuvas.
Entre as cidades atingidas, destacam-se quatro na Bahia: Major Isidoro, Bom Jesus da Lapa, Ibotirama e Santaluz, todas sofrendo com a redução drástica dos reservatórios e impacto direto na produção agrícola. No Rio Grande do Norte, foram incluídos Doutor Severiano, Pedro Avelino, Ruy Barbosa, Santana do Matos e Serrinha. Pernambuco tem as cidades de Altinho, Iguaracy, Jucati e Moreilândia afetadas, enquanto a Paraíba inclui o município de Conceição. Alagoas, embora também esteja na lista de estados, ainda não possui cidades específicas divulgadas na portaria. A seca prolongada, definida pela ausência considerável de chuvas, e a estiagem, caracterizada pelo desbalanceamento dos recursos hídricos, têm efeitos devastadores nos sistemas agrícolas e de abastecimento da região. A falta de precipitação impacta a produção de alimentos, gera aumento de custos para pequenos agricultores e compromete o abastecimento humano e animal. Com o decreto de emergência, as cidades afetadas terão acesso facilitado a recursos federais para implementação de ações de defesa civil e mitigação dos efeitos da crise hídrica. Os dados mais recentes apontam que, entre 2000 e 2023, as secas e estiagens resultaram em prejuízos econômicos que superam R$ 391 bilhões, atingindo cerca de 110 milhões de pessoas em todo o país. A agricultura é o setor mais impactado, com perdas anuais que giram em torno de R$ 16 bilhões, representando um sério desafio para a economia, que tem na agricultura uma de suas bases de sustentação. Nos últimos anos, o número de municípios que solicitam e obtêm o reconhecimento de emergência vem crescendo de forma alarmante. Em 2015, havia 136 cidades com esse status; em 2024, o número saltou para 941, uma alta de 596%. Minas Gerais e Paraíba lideram o número de pedidos atendidos, destacando-se como estados afetados pela seca.