Rinovírus afeta crianças no Nordeste, alerta InfoGripe
Síndrome Respiratória tem 9.726 óbitos e 158.788 casos
O Nordeste enfrenta uma alta incidência de rinovírus em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças e adolescentes de até 14 anos, conforme revela o Boletim InfoGripe da Fiocruz. A análise destaca que, enquanto o rinovírus é predominante nessa faixa etária, a Covid-19 continua sendo a principal responsável por hospitalizações de idosos. A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica, afirma que, apesar do impacto da SRAG em algumas regiões e grupos específicos, os casos associados tanto ao rinovírus quanto à Covid-19 mostram sinais de queda ou estabilização na maior parte do Brasil. "Há uma redução dos novos casos de SRAG no cenário nacional, com muitos estados apresentando desaceleração ou estabilidade nas hospitalizações", explica Tatiana.
Impacto na região Nordeste
No Nordeste, o rinovírus é o principal fator relacionado a internações pediátricas por SRAG. Em estados como Ceará, Pernambuco e Bahia, o vírus representa uma das maiores preocupações para os sistemas de saúde, que enfrentam alta demanda em enfermarias e UTIs pediátricas. Segundo especialistas, o clima quente e úmido da região, aliado à sazonalidade de doenças respiratórias, pode influenciar na persistência do rinovírus. "Embora menos grave que a Covid-19, o rinovírus exige atenção por impactar diretamente as crianças, gerando complicações respiratórias que podem levar a hospitalizações prolongadas", alerta Portella.
Cenário nacional
Em 2024, o Brasil registrou 158.788 casos de SRAG, resultando em 9.726 óbitos. Apesar dos números expressivos, o Boletim aponta que as tendências de queda são consistentes em grande parte do país. "Ainda que os dados indiquem desaceleração, é fundamental manter o monitoramento e fortalecer a vigilância em saúde, especialmente em regiões com maior vulnerabilidade, como o Norte e o Nordeste", destaca a pesquisadora. Especialistas recomendam que pais e responsáveis redobrem os cuidados com crianças, principalmente em ambientes escolares e locais fechados, onde a transmissão de vírus respiratórios é mais provável. A vacinação contra a Covid-19 continua sendo essencial para os grupos elegíveis, enquanto medidas como higiene frequente e ventilação adequada permanecem fundamentais para reduzir o impacto na região.