Entra na reta final o período de defeso do caranguejo-uçá em Alagoas, com o último intervalo de captura até o dia 3 de abril. Durante esse período, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) alerta que é proibida a captura, transporte, comercialização e beneficiamento da espécie, visando proteger a reprodução do caranguejo e garantir a saúde dos ecossistemas dos manguezais. Essa medida é regulamentada pela Portaria Interministerial nº 22, dos Ministérios da Pesca e Aquicultura (MPA) e do Meio Ambiente (MMA). A pesca irregular pode resultar em multas que variam de R$ 700 a R$ 100 mil, além da apreensão dos caranguejos e equipamentos utilizados.
Além de pescadores, empresas e profissionais do setor devem declarar seus estoques de caranguejo-uçá até um dia antes do início do defeso. O cadastro pode ser feito online no site do Ibama, com o não cumprimento sujeito a penalidades durante as fiscalizações do IMA/AL, Ibama e Batalhão de Polícia Ambiental.
A "andada do caranguejo", que ocorre durante as marés, é um evento natural em que os caranguejos buscam parceiros para reprodução. Capturá-los nesse período prejudica a perpetuação da espécie e o equilíbrio ecológico, comprometendo todo o ecossistema.
A engenheira de pesca do IMA/AL, Lays do Nascimento, destaca que os caranguejos são fundamentais para a saúde dos manguezais, agindo como "engenheiros naturais". Eles ajudam na oxigenação do solo e reciclam folhas, promovendo o equilíbrio ecológico. "Proteger o caranguejo-uçá não é só uma obrigação legal", afirma.
Proteger a espécie durante o defeso é crucial não apenas para a preservação ambiental, mas também para as comunidades que dependem dos manguezais para sua subsistência.