O Agro não é vilão - é a espinha dorsal da economia brasileira

No mundo todo, a carne brasileira é a mais barata que existe. Mesmo com todos os desafios, o produtor rural do Brasil consegue entregar um produto acessível, competitivo e de qualidade.

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Por Paulo Matos*

Nos últimos dias, mais uma vez, o agronegócio tem sido alvo de críticas injustas. O governo tenta responsabilizar os produtores pelos altos preços da carne e de outros alimentos, quando, na realidade, quem mais lucra nessa cadeia não é quem planta e cria, mas sim o varejo.

E mais: no mundo todo, a carne brasileira é a mais barata que existe. Mesmo com todos os desafios, o produtor rural do Brasil consegue entregar um produto acessível, competitivo e de qualidade. O mesmo acontece com vários outros produtos do agro, que, no Brasil, ainda são mais baratos do que em qualquer outro país. Isso só é possível porque o setor investe em tecnologia, eficiência e produtividade, apesar dos altos custos de produção.

O que muitos não sabem é que o pecuarista está vendendo seu boi a preços menores do que nos últimos anos, muitas vezes abaixo do custo de produção. Enquanto isso, o consumidor continua pagando caro no supermercado. Então, quem está ficando com essa diferença? Certamente não é o produtor, que lida com juros abusivos nos financiamentos, impostos elevados sobre insumos e uma carga tributária cada vez mais pesada.

O governo anuncia desonerações sobre alguns produtos agrícolas, mas isso não resolve o problema real. Se queremos alimentos mais acessíveis, precisamos reduzir os impostos sobre quem produz, garantir crédito justo e diminuir os custos com insumos, energia e transporte. Não adianta apenas mexer no preço final enquanto a base da cadeia produtiva segue sufocada.

E o agro não é apenas comida na mesa. O agro é emprego, é inovação, é investimento. Cada trator vendido, cada caminhão comprado, cada trabalhador contratado no campo impulsiona a economia do Brasil. O agronegócio fortalece não só o setor rural, mas a indústria, o comércio e os serviços.

O que precisamos não é de mais ataques ou discursos políticos que distorcem a realidade. Precisamos de políticas que garantam um ambiente econômico justo para quem produz.

O agro não pode ser tratado como inimigo. Ele é a força que mantém esse país de pé.

*Presidente da Associação de Criadores de Nelore do Mato Grosso do Sul