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Paraíba apoia cultivo de maracujá no Sertão

Uma pesquisa desenvolvida no município de Catolé do Rocha, no Sertão da Paraíba, tem ajudado agricultores a driblar a escassez de água e a salinidade do solo no cultivo do maracujá-azedo, conhecido como maracujá amarelo. O estudo é conduzido por professores e estudantes do Centro de Ciências Humanas e Agrárias da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e recebeu financiamento de R$ 68 mil do Governo do Estado, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq).

O experimento utilizou a aplicação de silício no solo, combinada com adubação orgânica à base de esterco bovino e cobertura vegetal morta. O resultado foi promissor: frutos maiores, com maior rendimento de suco, menor consumo de água e aumento na produtividade da cultura. A técnica também reduziu a temperatura do solo e aumentou sua umidade, melhorando as condições para o desenvolvimento das plantas.

De acordo com o coordenador da pesquisa, professor Evandro Franklin de Mesquita, os frutos colhidos apresentaram características físico-químicas adequadas tanto para a indústria quanto para o consumo in natura. A produtividade chegou a 25 toneladas por hectare, número superior às médias registradas na Paraíba (9,6 t/ha), no Nordeste (14,5 t/ha) e no Brasil (14,8 t/ha), segundo dados do IBGE de 2022.

O maracujá amarelo é uma fruta rica em vitaminas A, C e do complexo B, além de minerais como cálcio, ferro, fósforo e potássio. De grande aceitação no mercado paraibano, seu cultivo com menor desperdício representa uma importante fonte de renda para agricultores familiares da região.

O estudo foi desenvolvido entre janeiro de 2022 e dezembro de 2024, em área experimental da UEPB, com diferentes doses de silício e esterco bovino. Segundo Evandro, a aplicação do silício melhora a fotossíntese, aumenta a resistência da planta a pragas e ao déficit hídrico, e regula a perda de água. Ele também ressaltou a importância do apoio da Fapesq para a viabilidade do projeto.

Os bons resultados motivaram a criação de um novo projeto voltado para o estudo de genótipos de maracujazeiro sob déficit hídrico no Semiárido. Entre os desafios enfrentados pela equipe, destacam-se as altas temperaturas, baixa umidade do ar.