TOCANTINS | Agroindústria em território indígena

Por Mateus Souza

Uma agroindústria vai passar a funcionar dentro de um território indígena. A estrutura, que ficará a disposição dos povos Xerente, de Tocantínia (TO), foi viabilizada pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico do Estado (CDE). Ao todo, serão investidos R$ 600 mil na fábrica de farinha e derivados da mandioca. Todo o processo produtivo será desempenhado por indígenas. 

A decisão do CDE ocorreu na primeira reunião do ano, realizada na segunda-feira (22). Anteriormente, o projeto de implantação da agroindústria foi apresentado, aos conselheiros, pelos próprios indígenas. 

“Esse projeto representa uma mudança de paradigma para um povo. Nós estamos falando de desenvolvimento econômico e social. Estamos falando de quebra de paradigmas e preconceito de quem acha que há improdutividade dentro das comunidades indígenas. É um projeto que abrange muitas áreas e com um impacto positivo quase incomensurável diante de tanto sofrimento de um povo”, ressaltou o presidente da Associação de Brigadistas Indígenas Xerente (Abix), Pedro Paulo Gomes da Silva.

A reunião foi acompanhada pela secretária de Estado dos Povos Originários e Tradicionais, Narubia Werreria. Ela enfatizou o caráter inovador da iniciativa que valoriza, ao mesmo tempo, a cultura e o potencial econômico da comunidade indígena. 

Segundo a Abix, os Xerente já cultivam e beneficiam a mandioca em suas aldeias. Eles usam a mandioca para fazer diversos produtos como farinhas, beiju, polvilho, massa puba e massa para bolo. Agora, a comunidade poderá potencializar a produção desses insumos, que antes eram feitos apenas artesanalmente.  A maior parte desses alimentos são vendidos para programas de aquisição de itens para a merenda escolar.