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Médico promove parto humanizado no Acre

Adryenne Miranda é atendida pelo médico desde quando teve o primeiro filho, há 17 anos | Foto: Pedro Devani/Secom

O ginecologista Paulo Favini enfrenta as limitações estruturais das maternidades onde atua, em Rio Branco (AC), e proporciona um atendimento humanizado às pacientes. Conhecido como "Dr. Cegonho", ele utiliza as redes sociais, onde acumula mais de 180 mil seguidores, para compartilhar o cotidiano e promover a empatia no ambiente hospitalar. Além de mostrar o trabalho nas maternidades, ele divulga informações sobre saúde materna, saúde do bebê e planejamento familiar.

O Dr. Cegonho enfatiza a importância do acolhimento desde o primeiro contato com a paciente. "Sempre tive essa visão de que o parto é o momento único na vida de uma mulher e deve ser um momento mágico, importante, que vai depender de como ela é acolhida, já que pode se tornar um momento traumático devido àquilo que hoje tentamos combater cada vez mais, que é a violência obstétrica", destaca.

O médico já passou por várias cidades e, há muito tempo, perdeu a conta de quantos partos já realizou. Dos bebês que já passaram pelas mãos de Paulo, alguns já estão com 19 anos. "Comecei minha carreira em Mâncio Lima, depois fui para Cruzeiro do Sul, até chegar em Rio Branco. No interior tem um ditado de que, quando você faz muitos partos, você se torna pai de umbigo. É difícil contabilizar, mas acho que já tenho muitos filhos de umbigo", conta.

A abordagem compassiva e dedicada do profissional o destacou nacionalmente. As pacientes relatam sentir-se acolhidas e especiais durante todo o processo. Adryenne Miranda Gomes tem três filhos e a gravidez dos dois mais velhos foi acompanhada pelo médico. Os filhos têm 17 e 13 anos, e a caçula tem alguns meses. A intérprete de Libras estava com 15 anos quando teve o primeiro filho. Naquele momento, o medo estava sempre presente. Jovem e assustada, ela foi guiada pela voz e mãos do ginecologista. "Mesmo sendo homem, ele ensina a parir mesmo, orienta como devemos fazer força, como respirar, e isso deixa a gente mais tranquila mesmo", pontua. Outra característica destacada por ela é a escuta que o médico tem com as pacientes.

Para Paulo Favini, o segredo de um tratamento humanizado é exercer o ofício com amor. "Faça por amor e com amor. Trate cada paciente como se fosse alguém próximo, da sua família, pois, assim, além de curar ou tratar, vocês estarão colaborando para um mundo melhor", orienta.