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Biodiversidade em Belém é objeto de pesquisas

Às margens do rio Guamá, o Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, em Belém, possui 72 hectares e abarca tanto edificações quanto a Área de Proteção Ambiental da Região Metropolitana de Belém (APA Belém). O espaço abriga um ecossistema rico em biodiversidade que integra as áreas urbanas e de conservação ambiental, entre os bairros Guamá e Terra Firme — os mais populosos da capital paraense.

A presença de empreendimentos voltados para a pesquisa avançada e a inovação, como laboratórios, startups e uma escola técnica, harmoniza-se com a área de preservação ambiental. As terras cedidas pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) para a construção do PCT possuem diversos pontos de conservação da fauna e flora nativas.

O PCT Guamá faz parte de um amplo corredor ecológico que se conecta com outros fragmentos ambientais. O corredor serve como habitat e área de migração para uma variedade de animais, que aproveitam a presença de mata preservada. Nesse contexto, o parque tornou-se um elemento central nos estudos desenvolvidos no projeto de extensão Conviva, coordenado pela professora Maria Cristina dos Santos do Laboratório de Ecologia e Zoologia de Vertebrados (Labev/UFPA). O projeto visa conscientizar a população universitária sobre a fauna silvestre.

"Nós temos um mundo extremamente diverso de animais, vertebrados e invertebrados. No PCT, temos mais de 100 espécies de aves convivendo. Encontramos também 10 espécies de mamíferos como capivara, macaco, quati, preguiça, entre outros. Além de 22 espécies de anfíbios, 13 espécies de lagartos, 16 espécies de serpentes, três espécies de testudines e jacaré-mirim", explica Maria Cristina.

O parque abriga 11 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, que proporcionam um ambiente favorável para a educação ambiental. A diversidade da fauna e flora é fundamental para o avanço dos estudos (sobre a genética de escorpiões até pesquisas de novos materiais absorventes de substâncias tóxicas, como o biocarvão derivado da planta guarumã). Além disso, o PCT Guamá serve como espaço de capacitação para estudantes e profissionais interessados em consultoria ambiental.