Belém sediará congresso sobre matrizes africanas

Evento está previsto para 2025, mesmo ano da COP-30

Por

Lideranças de matriz africana firmaram o compromisso para a realização do congresso

A prefeitura de Belém organizou uma reunião, na segunda-feira (6), com a presença de representantes do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fonsanpotma). O propósito do evento foi discutir a realização do Congresso Nacional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana em Belém, previsto para 2025. A confirmação do evento na capital paraense foi oficializada com a assinatura de um documento de compromisso, firmado pela Prefeitura de Belém e o Fonsanpotma.

Marinor Brito, representante do governo municipal e secretária executiva do Fórum Municipal de Mudanças Climáticas do Comitê da COP-30 em Belém, ressaltou os objetivos do fórum. "Eles estão em busca do fortalecimento da rede de proteção dos povos de matriz africana, que, historicamente, sofrem violações de seus direitos. A prefeitura se sente muito honrada em fazer parte dessa rede de proteção e o que for possível ser feito será para esse fortalecimento", declarou.

Tata Nganga Dile, coordenador nacional do Fonsanpotma, enfatizou que a ocasião em que será realizado o evento — durante a COP- 30 — é uma oportunidade única."A Amazônia, o Brasil e o planeta estarão olhando para cá em 2025, por causa da COP-30. Por esse motivo, a expectativa ao realizar esse congresso aqui é para dar um recado coletivo sobre os povos de matriz africana para o mundo", sublinhou.

Durante a reunião de formalização do compromisso da gestão municipal, participaram diversas lideranças dos povos tradicionais de matriz africana, incluindo a mãe de santo Jhys de Nanã Oyekunirete. "Nós também estamos aqui para dizer qual é a nossa visão de defesa da natureza, dos biomas, de superações das crises climáticas, porque os modelos que estão implantados mostram que estão destruindo tudo e nós somos os guardiães da floresta viva", declarou Jhys de Nanã, que também é coordenadora da Executiva Municipal da Fonsanpotma em Belém.

No dia 22 de abril, em Brasília (DF), o Ministério da Cultura promoveu uma roda de diálogo sobre memória, cultura e ancestralidade. Durante o debate, foram abordados a proteção do patrimônio material e imaterial, as propostas de fomento e as ações para efetivar a lei de inclusão da cultura afro-brasileira no contexto escolar.