O Amazonas teve a maior taxa de homicídios na região Norte e ocupou o segundo lugar no índice nacional em 2022, de acordo com o Atlas da Violência 2024, divulgado nesta terça-feira (18) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Pela primeira vez, o Amazonas apresentou a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes estimados na região Norte (43,5) e a segunda maior do Brasil. Segundo o estudo, contribuíram para esse aumento os municípios de Iranduba (98,1) e Coari (83,6), próximos à capital Manaus (55,7), e Tabatinga (95,9), no sudoeste do estado, na região do Alto Solimões.
A pesquisa destaca que o Rio Solimões é crucial na rota do tráfico de drogas, facilitando o escoamento de drogas produzidas no Peru e na Bolívia, o que tem sido alvo de disputas entre facções criminosas locais e internacionais. Os municípios mais afetados incluem Coari, Tefé (27,1) e Itacoatiara (34,7), além de Manaus, que também recebe navios com destino ao exterior.
Além do narcotráfico, o estado enfrenta uma combinação de crimes como tráfico de armas, grilagem de terra, exploração ilegal de madeira e minérios, lavagem de dinheiro, trabalho escravo, exploração sexual, invasão de terras indígenas e vários crimes ambientais.
Em 2022, o estado foi marcado pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips em Atalaia do Norte (26,1), na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.
O Amazonas também figura em segundo lugar no ranking nacional de homicídios registrados por 100 mil habitantes entre 2012 e 2022, atrás apenas da Bahia, com quase o dobro da média nacional, que é de 21,7.
