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Forças destroem garimpos ilegais na terra Yanomami

Agentes da Operação Catrimani II executaram a destruição de cinco garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami nos dias 21 e 22 de junho, em Boa Vista (RR). Os alvos incluíram os garimpos Feijão Queimado, um dos mais antigos do território, e Hakoma, notório por alta contaminação de mercúrio, metal tóxico usado na extração de ouro. As ações se concentraram na área de Surucucu, onde foram identificados nove motores de extração de ouro e cinco geradores de energia entre os equipamentos destruídos. Os acampamentos, erguidos com lonas e madeira retirada da floresta, abrigavam até mesmo um freezer para mantimentos.

A operação foi conduzida pela equipe de operações especiais da Marinha Brasileira, com apoio de Comandos Anfíbios e Mergulhadores de Combate, fiscais do Ibama e agentes do Grupo Especializado em Bombas e Explosivos da Polícia Federal, articulados pela recém-criada Casa de Governo. Esta unidade tem a missão de apoiar a resposta à crise Yanomami.

Iniciada em março sob coordenação do Ministério da Defesa, a Catrimani II visa conter atividades ilegais como garimpo, crimes ambientais e ilícitos transnacionais na Terra Indígena Yanomami. Desde o início, a operação já resultou na destruição de 12 aeronaves, 33 embarcações, 423 motores e 51 acampamentos ilegais. Além disso, foram apreendidos mais de 61 mil litros de combustível, 29 armas e 20 antenas de internet. As ações resultaram na prisão de 48 garimpeiros ilegais até o momento.

A Terra Indígena Yanomami, com aproximadamente 10 milhões de hectares, é o maior território indígena do Brasil e enfrenta uma crise severa devido ao avanço do garimpo ilegal. Desde janeiro de 2023, está em estado de emergência de saúde, com casos graves de malária e desnutrição entre os indígenas. O governo federal tem respondido à crise com ações emergenciais, incluindo o envio de profissionais de saúde e cestas básicas, além do reforço das forças de segurança para conter os invasores.

O Ministério dos Povos Indígenas estima que aproximadamente sete mil garimpeiros ilegais ainda atuam na região, representando uma redução de 65% em comparação ao início das operações do governo federal, quando havia 20 mil invasores. A Operação Catrimani II representa o mais recente esforço para remover os invasores e restaurar a segurança e o bem-estar dos Yanomami em seu território ancestral.