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O Impacto Econômico do Festival de Parintins

No centro de Parintins (Amazonas) a calmaria cede espaço para uma intensa movimentação anual durante o Festival de Parintins, que foi vencido este ano pelo Boi Caprichoso. Vendedores locais e de outras cidades transformam a área em um agitado centro comercial. Contudo, o destaque vai para a produção cultural local, com artesanatos, telas, adereços e roupas.

Mateus Pereira, artesão autodidata, enfatiza a importância do festival para impulsionar seu trabalho. Residente em Parintins desde a infância, ele desenvolveu uma variedade de peças artísticas, com destaque para suas esculturas em madeira. Suas obras, que incluem telas e arte reciclável, encontram mercado não só no Brasil, mas também internacionalmente, sendo vendidas em países como Alemanha, Polônia e Estados Unidos.

O impacto econômico do festival é significativo para a cidade. A estimativa é de que o evento movimentou R$ 160 milhões, com a presença de 120 mil visitantes, superando a população local de 96,3 mil habitantes. Esse fluxo turístico não apenas beneficia os artesãos como também setores como transporte e hospitalidade, estendendo-se até mesmo à capital, Manaus.

Para Mateus e outros artesãos, o festival não é apenas uma temporada de vendas, mas um catalisador de inovação e renovação constante. Ele ajusta sua produção ao gosto dos visitantes, adaptando-se não só às demandas do festival de Boi-Bumbá, mas também às necessidades sazonais do mercado.

A produção artesanal é evidente em diversos pontos de Parintins, com a Central de Artesanato Soarte sendo um dos principais focos de exibição e venda. Ali, produtos temáticos do festival capturam a essência da cultura local e atraem compradores.

Além do impacto econômico direto, o festival desempenha um papel crucial na preservação e promoção da cultura regional, sendo reconhecido como patrimônio cultural do Brasil pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A rivalidade entre os bois Garantido e Caprichoso, representada em cada edição também estimula a criação de novas toadas e elementos cênicos para as performances.

Assim, o Festival não é apenas uma celebração, mas uma vitrine para a arte e a cultura amazônica. Com sua vasta gama de produtos e a criatividade de seus artesãos, Parintins também sustenta uma economia diversificada.