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Falta de chuvas no Acre preocupa autoridades

A Defesa Civil de Rio Branco (AC) divulgou ontem (2) que o acumulado de chuvas em junho na capital acreana atingiu apenas 21,1 milímetros, representando um déficit de 66% em relação à média esperada de 62 milímetros para o mês. Essa informação ressalta a preocupação com o baixo volume de chuvas, impactando diretamente o nível do Rio Acre.

Com apenas três eventos de precipitação durante todo o mês - nos dias 21, 26 e 30 de junho - a cidade enfrenta uma situação crítica de estiagem. O Rio Acre, principal curso d'água da região, registrou uma queda significativa, marcando 1,79 metro nesta terça-feira (2), uma redução de 85 centímetros em sua lâmina d'água desde o início do mês.

O pico de chuvas foi registrado no dia 26, com 19,2 milímetros, porém insuficiente para reverter a tendência de seca. Em resposta a essa condição, o prefeito Tião Bocalom assinou um decreto de emergência na última sexta-feira (28).

Desde meados de junho, 32 comunidades rurais já estão recebendo abastecimento de água devido à antecipação da temporada seca, que normalmente começaria em julho.

A Defesa Civil de Rio Branco está mobilizando recursos para mitigar os efeitos da seca, incluindo 14 caminhões com capacidades variadas de transporte de água. O coordenador da Defesa Civil municipal, tenente-coronel José Glácio, alertou para o uso consciente da água na área urbana, dada a previsão de uma seca severa comparável à registrada em 2016, considerada a pior da história recente da cidade.

Diante da persistência das condições adversas, o governo do Acre estabeleceu um gabinete de crise para coordenar ações preventivas e de resposta. O estado já havia decretado emergência ambiental em 11 de junho, visando enfrentar os desafios decorrentes da redução das chuvas, aumento das temperaturas e riscos elevados de incêndios florestais.

O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, reforçou a necessidade de preparação diante das previsões meteorológicas desfavoráveis, que indicam um cenário continuado de seca e calor intenso. Ações de contingência estão em vigor para garantir a segurança hídrica e reduzir os impactos socioeconômicos na região.

A escassez de chuvas pode agravar ainda mais a situação nos próximos meses, exigindo medidas preventivas e de gestão cuidadosa dos recursos hídricos e ambientais do estado.