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Seca afeta produtores rurais no Acre

Três meses após a segunda maior cheia do Rio Acre ter arrasado plantações na zona rural de Rio Branco (AC), produtores enfrentam agora os impactos opostos: a seca. A falta de chuvas tem atrasado o crescimento das culturas como milho, macaxeira e melancia, gerando preocupações entre agricultores locais.

Pedro Ferreira, produtor rural de 57 anos, cuja propriedade no Quixadá foi inundada em março, agora enfrenta a seca que comprometeu o desenvolvimento das plantações. Ele estima que apenas 40% de sua produção será aproveitada devido à falta de chuvas.

Na capital do Acre, o acumulado de chuvas em junho foi de apenas 21,1 milímetros, representando 34% do total esperado de 62 milímetros. O nível do Rio Acre na cidade está em 1,75 metro.

A Defesa Civil de Rio Branco já começou a fornecer água por meio de carros-pipa para 32 comunidades rurais afetadas pela seca, iniciando o abastecimento em 17 de junho. O prefeito Tião Bocalom assinou um decreto de emergência devido ao baixo nível do Rio Acre e à falta de chuvas, visando mitigar os impactos da estiagem.

O governo do Acre montou um gabinete de crise para enfrentar os desafios impostos pela redução das chuvas e dos cursos hídricos, além do aumento do risco de incêndios florestais. O estado já havia decretado emergência ambiental em 11 de junho, alertando para a possibilidade de desabastecimento e consequências adversas para o setor agrícola.

A situação reflete um ciclo extremo de eventos climáticos no Acre, que passou de uma enchente histórica para uma seca severa em poucos meses, destacando a vulnerabilidade dos sistemas agrícolas locais às mudanças climáticas.