Entre janeiro e junho deste ano, o Acre registrou 12.032 casos de síndrome gripal, conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). Diante do aumento nos registros, a Sesacre optou por antecipar a campanha de imunização contra a gripe para esta quarta-feira (10), iniciando no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie), localizado no Centro de Rio Branco.
As doses, que já começaram a chegar desde o último dia 3, receberão um reforço com a chegada de mais 10 mil unidades nesta quarta-feira. Com exceção dos municípios de Marechal Thaumaturgo e Porto Walter, todas as cidades acreanas já foram abastecidas com as vacinas.
Inicialmente programada para setembro, a campanha de vacinação foi antecipada devido aos dados preocupantes apresentados pelo boletim epidemiológico 23/2024 da Sesacre, que revelou um crescimento nos casos de síndromes respiratórias no estado, incluindo influenza A subtipo H1N1, H2N3, Covid-19 e outros vírus respiratórios.
A imunização seguirá uma ordem prioritária, começando por grupos como crianças menores de 5 anos, idosos acima de 60 anos e profissionais da saúde. Segundo a nota técnica da Sesacre, esses grupos são os mais vulneráveis aos efeitos da gripe.
Durante os primeiros seis meses deste ano, foram registrados 390 casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) em crianças de 1 a 4 anos, comparados a 345 no mesmo período do ano anterior. Em idosos, o número de casos subiu para 315, contra 290 registrados em 2023.
A Sesacre estima vacinar um total de 180 mil pessoas nos três primeiros grupos prioritários, sendo 89.181 crianças de 6 meses a 5 anos, 74.123 idosos e 16.864 trabalhadores da saúde na primeira etapa da campanha.
No entanto, a situação dos leitos de UTI no estado é crítica, com uma ocupação de 98% nas unidades destinadas a adultos. Dos 75 leitos disponíveis, 74 estão ocupados, sendo que três das quatro unidades públicas estão com capacidade máxima. Apenas o Pronto Socorro de Rio Branco possui uma unidade de UTI adulto disponível no momento.
Para enfrentar a crise, o secretário de Saúde Pedro Pascoal destacou a possibilidade de abertura de novos leitos, incluindo parcerias com estados vizinhos e o setor privado, além da ampliação imediata de 10 leitos na Fundação Hospitalar.
