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Operação contra garimpo ilegal no Rio Madeira em RO

Quatro pessoas foram presas em flagrante e 32 embarcações do tipo dragas foram inutilizadas durante uma operação conjunta da Polícia Federal com o Ibama e a Secretaria de Meio Ambiente de Rondônia, em Porto Velho.

A ação, denominada Febre do Fogo no Rio Madeira, focou na fiscalização entre os distritos de São Carlos e Calama, onde foram identificadas diversas irregularidades ambientais, incluindo extração ilegal de ouro do leito do rio.

Participaram da operação embarcações táticas, 22 agentes federais, funcionários do IBAMA, policiais militares e o GPI (Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal).

Esta não é a primeira vez que a operação Febre do Fogo é realizada na região. Em fevereiro, 52 dragas foram desativadas no Rio Madeira e na Lagoa Paraíso, e em maio, 86 embarcações foram destruídas em Humaitá, no Amazonas.

Com essa última ação, o número de embarcações destruídas em 2024 chega a pelo menos 170, conforme registros da Polícia Federal e dos órgãos ambientais.

Segundo as autoridades, a atividade ilegal, que envolve o uso indiscriminado de mercúrio, causa danos severos à fauna, flora e à saúde humana, corroborados por estudos científicos.

Enquanto as forças de segurança se mobilizam para conter a exploração ilegal de ouro no Rio Madeira, novos desafios surgem.

Recentemente, a região foi invadida por garimpeiros que instalaram centenas de balsas equipadas com bombas d'água e estruturas flutuantes para facilitar a extração do mineral. A situação, documentada em vídeos e imagens amplamente divulgados na internet, revela a gravidade do problema.

O Ministério Público Federal (MPF) também agiu, recomendando medidas emergenciais para reprimir o garimpo ilegal em Autazes, exigindo uma ação integrada de órgãos competentes num prazo de 30 dias. A reação dos garimpeiros frente às fiscalizações é um sinal de tensão, com relatos de preparativos para confrontos em potencial.

O Greenpeace, em sua recente operação de sobrevoo, destacou a presença massiva de balsas para extração ilegal de ouro, evidenciando a falta de controle e fiscalização na região. O rio Madeira, vital para a biodiversidade e economia local, enfrenta uma séria ameaça com o aumento do garimpo ilegal e a construção de hidrelétricas, que exacerbam os impactos ambientais.