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Amazonas tem mais de 800 focos de queimada

Satélite do Inpe mostra focos de calor no Amazonas | Foto: Reprodução

O Amazonas enfrenta uma crise alarmante de queimadas, com 878 focos de calor registrados entre 14 e 20 de julho de 2024, conforme dados do Programa de BDQueimadas do Inpe. Esse número representa um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 180 focos. A situação se agrava em meio à severa seca que assola a região.

Os municípios de Lábrea e Apuí, localizados no Sul do estado, lideram as estatísticas nacionais de queimadas para o mês de julho, com 317 e 314 focos de calor, respectivamente. Essas localidades fazem parte do chamado arco do fogo, área crítica identificada pelo Inpe.

Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, encabeça a lista das cidades brasileiras mais afetadas, com 409 focos de calor registrados. Porto Velho (RO) e Itaituba (PA) também figuram entre as áreas com maior incidência de queimadas, com 278 e 252 focos, respectivamente.

No acumulado do mês até o sábado, o Amazonas já contabiliza 1.106 focos de calor, contrastando com os 1.947 registrados durante todo o mês de julho do ano anterior. A emergência ambiental já afeta 22 dos 62 municípios do estado, relembrando o cenário de 2023, quando mais de 20 mil queimadas foram registradas, tornando o ano o segundo pior desde 1998.

A situação é agravada pela seca severa, que já causa impactos significativos. O Rio Negro, em Manaus, por exemplo, registrou uma descida de mais de 60 centímetros apenas em julho. Em Envira, mais de dez mil pessoas enfrentam dificuldades devido ao fenômeno, que isolou comunidades e afetou o abastecimento de insumos.

O governo estadual teme que este ano seja ainda mais severo que o anterior, considerado o mais seco da história do Amazonas. Em 2023, a fumaça das queimadas alcançou Manaus e outras cidades, prejudicando a qualidade do ar. O Ibama atribuiu o problema aos agropecuaristas, mas até o momento não há resposta da Secretaria Estadual de Meio Ambiente sobre as ações para conter o avanço das chamas.

Enquanto isso, a população ribeirinha é aconselhada pela Defesa Civil a se abrigar na sede dos municípios devido à baixa do Rio Tarauacá e do Rio Jurupari, afluentes que já apresentam níveis extremamente reduzidos para o período.