Por:

Aumento de assassinatos de indígenas em 2023 preocupa

Aumentou em 15,5% o número de assassinatos de indígenas em todo país em 2023 | Foto: Edgar Kanaykõ

Em 2023, o número de assassinatos de indígenas no Brasil aumentou significativamente em relação ao ano anterior, conforme revelado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Segundo o relatório anual, 208 homicídios foram registrados, marcando um aumento de 15,5% em comparação aos 180 casos de 2022.

Roraima despontou como o estado com o maior número de homicídios de indígenas em 2023, seguido por Mato Grosso do Sul e Amazonas.

Além dos assassinatos, o relatório do CIMI destacou uma série de outras violações, como abuso de poder, ameaças de morte, homicídios culposos, lesões corporais, discriminação étnico-cultural, tentativas de assassinato e abuso sexual.

O documento também apontou a expectativa inicial em relação à política indigenista, ressaltando que a pauta indígena ganhou relevância durante a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O relatório mencionou o nome do presidente mais de 50 vezes, criticando a falta de cumprimento das promessas feitas durante o período eleitoral.

Outro ponto enfatizado foi a inércia do governo na regularização de terras indígenas, com apenas oito terras homologadas em 2023, um número considerado aquém das expectativas.

O relatório também lamentou a alta mortalidade de crianças indígenas menores de cinco anos, com 1.040 óbitos registrados devido a condições como falta de atenção à saúde, imunização inadequada e desnutrição.

Em resposta às críticas, o Ministério dos Povos Indígenas, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria de Saúde Indígena emitiram uma nota conjunta à CBN.

Eles atribuíram os desafios enfrentados pelo atual governo ao cenário de sucateamento e desmonte herdado da gestão anterior, além do negacionismo em relação à política indigenista. Alegaram ainda que o governo tem implementado políticas públicas para mitigar os efeitos negativos e que os resultados serão visíveis a médio e longo prazo.

Diante dos números alarmantes e das críticas contundentes do relatório do CIMI, a situação dos indígenas no Brasil continua a ser um tema de preocupação crescente, exigindo medidas efetivas para garantir a segurança e o bem-estar dessa população vulnerável.