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Acre decreta emergência por erosões e seca

O governo do Acre declarou, nesta terça-feira (30), situação de emergência em todo o estado devido a erosões em leitos de rios e a um cenário de extrema seca. Os decretos foram publicados no Diário Oficial do Estado (DOE) e abrangem duas crises distintas: uma relacionada às erosões nos rios Acre e Envira e outra à seca severa que afeta o abastecimento hídrico.

O decreto nº 11.524, publicado no DOE, trata das erosões nos leitos dos rios Acre e Envira. Em Rio Branco, a erosão tem causado o rompimento de calçadas e movimentação do Calçadão do Novo Mercado Velho, afetando a estrutura de prédios históricos nas proximidades. A Passarela Joaquim Macedo também foi interditada recentemente devido aos riscos relacionados à erosão. O documento classifica essas erosões como um "desastre natural geológico" e alerta para a necessidade de medidas emergenciais, como a evacuação de áreas de risco e a instalação de abrigos temporários. O decreto tem validade de 180 dias.

Em Feijó, localizado a 363 km da capital, o decreto aponta para erosões nas margens do Rio Envira, que resultaram no desmoronamento de várias residências. A situação é agravada pela baixa do nível do rio, dificultando a navegação e levando ao encalhe de embarcações.

O segundo decreto, nº 11.525, aborda a situação de emergência causada pela seca extrema. O documento destaca que o regime de chuvas no primeiro semestre de 2024 foi inferior ao esperado, com previsões de chuvas de apenas 40 milímetros para julho. A seca afetou substancialmente o abastecimento de água, a agricultura e a pecuária, principalmente nas áreas ribeirinhas.

Além disso, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, também declarou emergência devido ao baixo nível do Rio Acre, que está abaixo de 2 metros há mais de 40 dias. No dia 28 de junho, o nível do rio atingiu 1,49 metro, o menor registro de 2024 e o pior para o período dos últimos cinco anos.

Sete cidades do Acre já estão em situação de emergência devido à seca: Rio Branco, Feijó, Epitaciolândia, Bujari, Porto Walter, Cruzeiro do Sul e Plácido de Castro.

Especialistas indicam que a baixa de nível dos rios pode se tornar um problema cada vez mais frequente, com a previsão de chuvas abaixo do normal para os próximos meses.