Casos de Febre do Oropouche crescem no Acre
Boletim epidemiológico confirma 422 casos até julho desse ano
Os casos de febre do oropouche no Acre ultrapassaram 400 no mês de junho e continuaram a crescer em julho, conforme o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre). Até o dia 23 de julho, foram confirmados 422 casos da doença. Santa Rosa do Purus é o único município do estado que ainda não registrou casos, o que indica uma abrangência de 95% do território acreano.
O vírus Orthobunyavirus oropoucheense, responsável pela febre do oropouche, é transmitido principalmente por mosquitos. A febre do oropouche compartilha sintomas semelhantes com a dengue e a chikungunya, como dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.
No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou duas mortes pela febre do oropouche, ocorridas em maio e junho deste ano. As vítimas, mulheres do interior da Bahia com menos de 30 anos e sem comorbidades, apresentaram sintomas graves que inicialmente se assemelhavam a um quadro de dengue. Até então, não havia registros de óbitos associados a essa doença no mundo.
Desde março, a Bahia já registrou 835 casos confirmados da febre do oropouche. Em nível nacional, o número de casos diagnosticados subiu de 318 em maio para 407 em junho, e ultrapassou 422 até julho de 2024. Este total já supera o número de casos registrados em todo o ano passado, quando foram identificados 60 casos em oito municípios.
A febre do oropouche apresenta dois ciclos de transmissão. No ciclo silvestre, animais como bichos-preguiça e macacos são portadores do vírus, transmitido principalmente pelo mosquito Coquilletti diavenezuelensis e pelo Culicoides paraenses. No ciclo urbano, os humanos se tornam os principais portadores do vírus, e o mosquito maruim é o principal vetor, além do Culex quinquefasciatus, que também pode transmitir o vírus em ambientes urbanos.
Especialistas indicam que, apesar do aumento dos casos, o risco de um surto nacional é baixo. O monitoramento contínuo e a vigilância epidemiológica são essenciais para identificar e prevenir possíveis surtos e para diferenciar a febre de outras arboviroses.
A febre do oropouche é uma preocupação, com a vigilância sendo crucial na detecção e controle da doença.