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Porto Velho registra ar mais poluído do Brasil

Porto Velho amanheceu coberta por uma densa camada de fumaça na sexta-feira (2), resultado das queimadas na região. Imagens aéreas da Rede Amazônica revelam a extensão da poluição atmosférica. De acordo com um levantamento da IQAir, uma empresa suíça que monitora a qualidade do ar globalmente, a cidade de Rondônia apresenta o pior índice de qualidade do ar do país.

Entre 8h e 9h da manhã, o Índice de Qualidade do Ar (IQA) de Porto Velho alcançou 272, sendo classificado como "muito insalubre". Esse índice coloca a cidade à frente de grandes centros urbanos como São Paulo e Manaus em termos de poluição. O sistema Purple Air indica que a qualidade do ar é alarmante, representando um risco para a saúde de quem estiver exposto por 24 horas.

Imagens de satélite mostram que Porto Velho está localizada em uma região com alta concentração de Monóxido de Carbono (CO). Especialistas apontam que a nova frente de desmatamento e o avanço das pastagens no sul do Amazonas, junto com as queimadas, são os principais responsáveis pela baixa qualidade do ar.

Paulo Bonavigo, biólogo e Coordenador de Floresta e Comunidades da Ecoporé, explica que as queimadas e o desmatamento intensificam a emissão de gases de efeito estufa, como o CO2, e agravam as condições atmosféricas.

Artur Moret, professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Universidade Federal de Rondônia (Unir), acrescenta que na Amazônia, as queimadas são responsáveis por altas emissões de CO, CO2 e partículas finas (PM). O desmatamento reduz a capacidade da floresta em absorver carbono, o que resulta nos piores índices de qualidade do ar durante a estação seca.

A pneumologista Ana Carolina alerta que a baixa umidade e a elevada concentração de partículas finas (PM 2,5) podem agravar problemas respiratórios, como asma, bronquite alérgica e doenças relacionadas ao cigarro.

A poluição também está associada a um aumento em doenças infectocontagiosas e afeta mais gravemente crianças, idosos e pessoas com condições respiratórias crônicas.

Para minimizar os efeitos da poluição e do tempo seco, recomenda-se beber bastante água, umidificar o ar em ambientes internos, e proteger-se do sol.