Os municípios do sul do Amazonas enfrentam um aumento significativo nas queimadas, impulsionado pela estiagem que atinge o estado. Segundo o Programa de BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Amazonas registrou 6.173 focos de calor entre 1º de janeiro e 6 de agosto de 2024.
No mesmo período de 2023, foram 2.902 queimadas, indicando um aumento de 112%.
A situação tem gerado problemas de saúde para a população local. Em Lábrea, por exemplo, os focos de calor têm impactado a qualidade do ar. O professor Henrique Lopes relatou que tem utilizado máscara para evitar complicações respiratórias devido às constantes queimadas.
A comerciante Carmem Gomes, que sofre de asma, também tem enfrentado dificuldades, mencionando que a máscara não é suficiente para lidar com a fumaça predominante.
A Secretaria de Meio Ambiente de Lábrea informou que intensificou as ações de conscientização e está colaborando com o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) e brigadistas para combater os incêndios.
Lábrea ocupa a terceira posição no ranking das cidades com mais queimadas no país, com 1.232 focos de calor, atrás de Apuí com 2.042 focos de calor e Corumbá com 3.620.
Atualmente, 22 dos 62 municípios do Amazonas estão em emergência ambiental devido aos focos de calor. Durante um período de 180 dias, está proibida a prática de queima, exceto sob técnicas de queima controlada.
O cenário atual pode repetir o de 2023, quando o estado registrou mais de 20 mil queimadas, o segundo pior ano desde o início do monitoramento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em 1998.