O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou nesta quinta-feira (8) o início da Operação Estiagem 2024, com a primeira remessa de ajuda humanitária para municípios afetados pela estiagem. Esta operação visa atender as áreas atingidas pela seca nas calhas dos rios Juruá, Purus e Alto Solimões, que foram incluídas no decreto de emergência ambiental de julho.
Nesta etapa inicial, o governo estadual enviará 30 mil cestas básicas, 20 micro sistemas de abastecimento de água, sensores para monitoramento da qualidade do ar, 70 purificadores de água e 6 mil caixas d'água de 5 mil litros cada. O governador informou que a distribuição desses itens começará imediatamente, com previsão para chegada nos municípios até segunda-feira. Devido às dificuldades de acesso, a logística incluirá transporte por carroças, barcos, voadeiras e carros.
Wilson Lima destacou que aproximadamente 80 mil pessoas estão sendo impactadas diretamente pela seca. O governador também mencionou os desafios enfrentados para a realização das eleições deste ano, uma vez que a logística necessária para a votação poderá ser prejudicada. Lima ressaltou que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) já foi informado sobre as dificuldades, uma vez que parte da estrutura eleitoral é organizada pelo governo estadual.
A seca que afeta o Amazonas também gerou um aumento no número de queimadas. Em julho, o estado bateu recordes diários de incêndios. Em resposta à crise ambiental, o governo do Amazonas decretou situação de emergência em 22 dos 62 municípios do estado. Esta medida proíbe a prática de queimadas, com ou sem técnicas de queima controlada, por um período de 180 dias.
Os municípios em situação de emergência ambiental são: Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá, Canutama, Lábrea, Boca do Acre, Manaus, Iranduba, Novo Airão, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Careiro, Autazes, Silves, Itapiranga, Manaquiri, Maués e Tapauá.
A emergência foi estendida a 20 municípios nas calhas dos rios Juruá, Purus e Alto Solimões. A situação de emergência nesses locais também terá duração de 180 dias. O governo estadual alerta que a crise pode ser ainda mais severa do que a do ano anterior.