Dados da plataforma Purple Air indicam que a qualidade do ar no Acre está significativamente acima dos níveis considerados preocupantes. Na quinta-feira (15), o índice de poluição em Rio Branco alcançou 99 µg/m³ (microgramas por metro cúbico), bem acima dos níveis recomendados.
Além da capital, outros municípios do estado também apresentam níveis elevados de poluição. Brasiléia, por exemplo, registrou 88 µg/m³, enquanto Cruzeiro do Sul e Porto Acre marcaram 32 µg/m³ e 56 µg/m³, respectivamente. Esses índices estão muito acima do limite recomendado de 15 µg/m³ pela OMS, sinalizando riscos à saúde para a população, especialmente em exposições prolongadas.
O professor Willian Flores, da Universidade Federal do Acre (Ufac) explicou que o período seco e a cultura de queimadas na região contribuem para a deterioração da qualidade do ar. "A Amazônia enfrenta um problema de queima de biomassa, que inclui queimadas tanto em áreas urbanas quanto rurais. O efeito combinado de queimadas locais e regionais provoca um aumento na poluição atmosférica", comentou.
O aumento dos focos de incêndio no estado tem sido significativo. O Corpo de Bombeiros registrou 2.227 ocorrências relacionadas a queimadas no último mês, o maior número nos últimos três anos. Em julho, o Acre teve 544 focos de queimadas, marcando o maior número para o mês em oito anos e um aumento de 156% em relação ao ano anterior. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) observa que a tendência de aumento nas queimadas pode persistir nos próximos meses, com a quantidade de queimadas em agosto historicamente superando 1.000 focos.