De acordo com dados divulgados pelo Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex) nesta sexta-feira (16), a exploração ilegal de madeira no estado do Pará aumentou 22% entre agosto de 2022 e julho de 2023.
Durante esse período, foram desmatados 28,1 mil hectares de terra para a extração de madeira ilegal, uma área superior a 23 mil campos de futebol. De agosto de 2021 a julho de 2022, o desmatamento ilegal havia atingido 17,8 mil hectares.
O relatório também revela que a exploração legal de madeira no estado aumentou, subindo de 20,6 mil hectares entre agosto de 2021 e julho de 2022 para 30,2 mil hectares no período seguinte.
Dalton Cardoso, pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), enfatiza que a extração ilegal compromete significativamente a preservação ambiental e a segurança de povos tradicionais, além de enfraquecer o setor madeireiro.
A maior parte da exploração ilegal ocorre em áreas que estão registradas em sistemas oficiais, como o Sistema de Gestão Fundiária (Sigef), Cadastro Ambiental Rural (CAR), Sistema Nacional de Certificação de Imóveis (SNCI) e o Programa Terra Legal. Essas áreas cadastradas são responsáveis por 72% da madeira ilegal extraída no estado.
O estudo categoriza o território em quatro grupos: áreas protegidas, terras não destinadas e vazios cartográficos, imóveis cadastrados e assentamentos. Nos assentamentos, a exploração ilegal aumentou de 5% entre agosto de 2021 e julho de 2022 para 14% no período mais recente.
Por outro lado, a extração ilegal nas terras não destinadas e vazios cartográficos diminuiu de 15% para 10%, enquanto em áreas protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas, o percentual caiu de 6% para 4%.
No entanto, destaca-se que a reserva indígena Amanayé, que aguarda homologação desde seu reconhecimento em 1945, teve 92% da madeira ilegal extraída de áreas protegidas no período mais recente.
A área desmatada ilegalmente na reserva indígena totalizou 804 hectares entre agosto de 2022 e julho de 2023, contribuindo para uma redução de 20% na exploração irregular em áreas protegidas em comparação ao período anterior.