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Amazônia com recorde de queimadas em 24h

Entre 21h de terça-feira (27) e 20h59 de quarta-feira (28), a Amazônia brasileira registrou 2.433 focos de calor, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este foi o período com o maior número de queimadas em 2024 até agora, com uma média superior a 100 focos por hora. As medições do Inpe são realizadas com base no horário GMT, o que equivale a três horas a mais em relação ao fuso horário de Brasília.

Este número de focos de calor supera o registrado no "dia do fogo" de 11 de agosto de 2019, que contabilizou 2.366 focos. Naquele evento, incêndios florestais foram iniciados em Novo Progresso (PA) e, até o momento, não houve punições pelos responsáveis.

Além disso, satélites detectaram uma vasta mancha de monóxido de carbono, com mais de 500 km de extensão, sobre a Amazônia da Bolívia e em estados brasileiros como Rondônia, Mato Grosso e Amazonas.

Esta semana, o número de focos de calor tem aumentado significativamente, com os maiores registros sendo em 28 de agosto (quarta-feira) com 2.433 focos, seguido por 26 de agosto com 1.988 focos, 23 de agosto (1.659 focos), 21 de agosto (1.635 focos) e 14 de agosto (1.476 focos)

Até agora, agosto de 2024 acumulou 31.130 focos de calor, sendo o maior número desde 2022, que teve 33.116 focos. Se a tendência continuar, 2024 pode se tornar o ano com o maior número de queimadas desde 2010, quando foram registrados 45.018 focos.

Helga Correa, especialista em conservação do WWF-Brasil, alerta que o número elevado de queimadas é preocupante. Ela destaca que a Amazônia enfrenta uma seca histórica, com baixos níveis de vazão dos rios.