O governador Wilson Lima anunciou que todos os 62 municípios do Amazonas foram oficialmente declarados em estado de emergência devido à seca severa e às queimadas que afetam o estado. A decisão foi formalizada com a assinatura de um decreto que também estabelece a situação de emergência em saúde pública, em resposta ao período crítico de vazante dos rios.
A Defesa Civil do Amazonas atualizou a situação na terça-feira (27), relatando que, até o momento, apenas 20 cidades estavam em estado de emergência devido à estiagem, afetando cerca de 290 mil pessoas e 77 mil famílias em diversas regiões do estado. Com a nova medida, a expectativa é de que esses números aumentem. A situação tem sido exacerbada por incêndios florestais, que têm gerado grandes nuvens de fumaça que se espalham por todo o estado, afetando a qualidade do ar. Na capital, Manaus, a poluição provocada pela fumaça tem sido um problema constante, com a cidade apresentando péssima qualidade do ar.
A combinação da seca dos rios e das queimadas tem causado dificuldades no recebimento de insumos e um aumento nos preços de produtos. As comunidades indígenas e ribeirinhas estão enfrentando isolamento devido às condições adversas. Durante a reunião do comitê de enfrentamento à estiagem, o governo estadual ampliou as medidas para toda a região, com o objetivo de intensificar ações contra as queimadas e melhorar a saúde pública. As medidas incluem o combate a doenças relacionadas à má qualidade da água, uma consequência direta da seca.
Desde o início do ano, o Amazonas registrou 12.329 focos de calor, evidenciando a gravidade da estiagem e suas consequências sobre o abastecimento e a logística. O governador Wilson Lima informou que já foram enviadas 700 toneladas de insumos para as famílias afetadas. O principal desafio agora é assegurar o abastecimento de água potável e alimentos para a população. Além disso, foi anunciada a inclusão de mais 85 brigadistas, totalizando quase 700 profissionais dedicados ao combate aos incêndios no sul do estado. Contudo, o subcomandante geral do Corpo de Bombeiros, Inaldo Mendes, destacou que o número de brigadistas e recursos ainda é insuficiente para controlar todos os focos de incêndio.