Calçadão e Rio Acre em situação de emergência

Situação se agrava em Rio Branco com erosões e seca extensa

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Quase uma semana após o governo do Acre declarar emergência devido às erosões no leito do Rio Acre, a situação no Calçadão do Novo Mercado Velho, em Rio Branco, tem se deteriorado. O espaço, que é um dos principais pontos turísticos da cidade, apresenta rachaduras significativas que afetam tanto a segurança dos transeuntes quanto a estrutura dos estabelecimentos comerciais locais.

A comerciante Izyani Arruda relatou os impactos negativos para seu negócio, destacando o medo de um possível desabamento e a queda nas vendas. A dona de casa Maria Cristina também expressou preocupação, mencionando que evita transitar pela área devido ao perigo representado pelas rachaduras.

O Calçadão, que cobre uma extensão de 270 metros, foi interditado no dia 12 de julho devido ao risco de desabamento. Duas semanas antes, a Passarela Joaquim Macêdo, na mesma região, também havia sido interditada pelos mesmos motivos. O coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Carlos Batista, explicou que a área afetada de aproximadamente 250 metros está em movimento devido às recentes inundações.

O doutor em Engenharia de Água e Meio Ambiente, Tarcísio Fernandes, atribuiu a erosão às cheias e mudanças climáticas. Fernandes alertou que a continuidade dos eventos extremos pode agravar ainda mais a situação do Calçadão no futuro.

O Decreto nº 11.524, publicado no Diário Oficial do Estado, declara emergência devido às erosões, apontando para a deterioração de calçadas e a movimentação do Calçadão, além dos riscos para prédios históricos.

A seca prolongada do Rio Acre, que começou a ser monitorada desde 11 de junho, também contribui para a crise atual. O manancial está abaixo de 2 metros há mais de 40 dias e, no dia 30 de julho, marcou 1,49 metro, o menor nível registrado em 2024 até o momento. A baixa do nível do rio afetou a Estação de Tratamento de Água II (ETA II), que abastece mais de 250 mil pessoas em Rio Branco. Parte da ETA II desabou em 24 de julho, prejudicando a distribuição de água.

A falta de chuvas continua a agravar a situação. A Bacia do Rio Acre permanece em alerta máximo para seca, com a situação crítica perdurando há pelo menos um mês.