Seca no Amazonas: cidade pode ficar isolada
Situação de emergência é declarada e ações são tomadas
Nesta terça-feira (13), Antonio Ismael Dutra, secretário executivo municipal de Proteção e Defesa Civil de Envira, informou que o município se prepara para a possibilidade de ficar isolado devido à severa seca que atinge a região. Envira, localizada no sudoeste do Amazonas, declarou situação de emergência em 8 de julho em razão da baixa do nível do rio Tarauacá, que atualmente marca 3 metros e 48 centímetros.
A seca tem causado diversos problemas no município, incluindo desabastecimento de alimentos na zona rural e racionamento de água na área urbana. O hospital local enfrenta uma grave falta de oxigênio, afetando o tratamento de pacientes. Dutra relatou que o barco responsável pelo transporte de oxigênio, que saiu há 14 dias de Feijó, no Acre, ainda não chegou a Envira, o que agrava a crise no setor de saúde.
Além do desabastecimento de oxigênio, o município também enfrenta aumento de 25% no preço do gás de cozinha e escassez de materiais de construção. A Defesa Civil local já solicitou ajuda ao Governo do Amazonas, que enviou 12 balas de oxigênio por via aérea. O secretário informou que mais oito balas estão previstas para chegar nesta terça-feira.
O abastecimento de água em Envira também está comprometido. A Cosama, responsável pelo fornecimento de água, tem apenas cinco poços em funcionamento reduzido, e mais de 30 poços particulares estão secos. A cidade está em regime de racionamento, com fornecimento limitado a certos horários durante o dia.
Na zona rural, a situação é ainda mais crítica. Oito comunidades ribeirinhas, que somam 88 famílias, estão isoladas devido à seca. As embarcações não conseguem mais acessar essas áreas, e os residentes enfrentam dificuldades para receber ajuda e suprimentos básicos.
A seca também afeta o processo eleitoral local. Envira, que possui 46 zonas eleitorais e 10.237 eleitores, pode registrar a maior taxa de abstenção da sua história devido ao isolamento das áreas rurais. Algumas comunidades estão completamente isoladas.
O município está mobilizando mais de 70 funcionários públicos para atender as áreas mais afetadas. A Defesa Civil pretende solicitar apoio do Exército Brasileiro para o transporte de cestas básicas e assistência médica às comunidades isoladas.