Projeto com a Nasa analisa impacto climático no Amapá
Sensores na floresta medirão fluxo da água para atmosfera
Uma nova pesquisa será conduzida na Floresta Nacional do Amapá (Fona) utilizando sensores instalados no solo e nas árvores para medir o fluxo de água que se eleva para a atmosfera. O estudo visa compreender como a floresta responde às variações sazonais de chuva e seca e seu impacto nas mudanças climáticas.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em colaboração com a Universidade do Estado do Amapá (Ueap), está à frente do projeto denominado INCT Madeiras da Amazônia. O projeto é coordenado por Niro Higuchi, conhecido por seu trabalho com o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) e laureado com o Nobel da Paz em 2007.
Parte dos equipamentos usados na pesquisa foram financiados pela NASA. A agência espacial americana empregará os dados obtidos para a missão Soil Moisture Active Passive (SMAP), que monitora as mudanças climáticas a partir de observações via satélite.
Perseu Aparício, pesquisador da Ueap e responsável pelo projeto no Amapá, explicou que os sensores serão alimentados por placas solares e registrarão informações 24 horas por dia durante o ano.
Os equipamentos de medição de temperatura e umidade serão colocados em buracos de aproximadamente dois metros de profundidade em diversas camadas do solo. É importante entender a dinâmica da água no solo para avaliar a transpiração da floresta, essencial para sua sobrevivência durante períodos de seca.
Os sensores instalados na Floresta Nacional do Amapá vão medir a velocidade com que a água é transportada do solo para a atmosfera através das folhas das árvores.
Os dados coletados pelos sensores serão registrados a cada 30 segundos e analisados a cada cinco minutos, com coletas realizadas a cada 15 dias. O estudo abrangerá áreas com e sem manejo florestal para comparar os impactos e o comportamento das florestas.
A missão SMAP mede a umidade do solo globalmente e produz mapas que ajudam os cientistas a compreender como os fluxos de água, energia e carbono afetam o clima e o meio ambiente. A instalação dos novos sensores no Amapá permitirá uma ampliação significativa dos dados disponíveis para o monitoramento climático na região amazônica.