Pará lidera número de queimadas em setembro

Estado enfrenta intenso problema com queimadas

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Nas primeiras 48 horas de setembro de 2024, o estado do Pará registrou o maior número de focos de queimadas no Brasil, com 2.800 ocorrências, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este número é quase seis vezes superior ao registrado no mesmo período do ano anterior, quando foram detectados 479 focos.

A situação é crítica em várias áreas do estado, incluindo a capital, Belém. Na manhã de terça-feira (3), a cidade amanheceu coberta por fumaça. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) informou que satélites detectaram focos de queimadas próximos ao lixão do Aurá, na divisa entre Belém e Ananindeua. Motoristas que circulavam pela rodovia BR-316, que conecta os municípios de Benevides e Marituba, na Região Metropolitana de Belém, relataram a presença de fumaça desde a madrugada.

O Painel do Fogo, plataforma gerida pelo Censipam e pelo Inpe, também registrou focos em Santa Izabel do Pará e Castanhal, embora esses dados não sejam contabilizados como índices oficiais.

De janeiro a 2 de setembro de 2024, o Pará acumulou 21.772 focos ativos de queimadas, com os 2.800 focos registrados nos primeiros dois dias de setembro representando 12,86% do total do ano. Em agosto de 2024, o estado teve 13.803 focos, o maior número registrado no ano, enquanto em julho foram detectados 3.265 focos.

Os dados do Banco de Dados de Queimadas (BDQueimadas) revelam que a maior concentração de focos está nas regiões sudeste e sudoeste do Pará. Os municípios de Altamira, São Félix do Xingu e Novo Progresso foram responsáveis por 63% dos focos registrados no início de setembro. Altamira liderou com 632 focos, seguido por São Félix do Xingu com 624 e Novo Progresso com 508. Itaituba ocupou a quarta posição com 169 focos.

A Serra Três Poderes, em Tucumã, no sudeste paraense, tem enfrentado incêndios há pelo menos cinco dias. Uma brigada de bombeiros foi enviada para controlar as chamas, que já estão sob controle. A área afetada inclui uma reserva de preservação permanente e um campo experimental de cultivo.

Em resposta à crise, o governo do Pará decretou uma proibição do uso de fogo em todo o estado por 180 dias.