Facção do RJ suspeita de bancar campanhas no AP

Grupo é suspeito de financiar eleições para facilitar tráfico

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A Polícia Federal (PF) apreendeu, na terça-feira (1º), cerca de R$ 130 mil durante duas operações simultâneas no município de Oiapoque, Amapá. As ações tiveram como objetivo combater o financiamento de campanhas eleitorais de dois candidatos a vereador, supostamente apoiados por uma facção criminosa do Rio de Janeiro. A investigação aponta que o grupo estaria usando recursos provenientes do tráfico de drogas e da compra de votos para influenciar o resultado eleitoral.

De acordo com a PF, a principal facção criminosa do Rio de Janeiro, o Comando Vermelho (CV), tem interesse em eleger candidatos que facilitariam a distribuição de drogas e armamentos para garimpos da região. Além da apreensão do dinheiro, a operação também resultou em quatro prisões de pessoas ligadas à prefeitura da cidade, ocorridas no último sábado, por suspeita de crime eleitoral.

Na ocasião, foram apreendidos R$ 99,8 mil, que a polícia acredita serem destinados à compra de votos. As investigações estão sendo conduzidas em sigilo, e os envolvidos poderão responder por corrupção eleitoral e organização criminosa, crimes cujas penas podem chegar a até 12 anos de reclusão e multa.

O prefeito de Oiapoque, Breno Almeida (PP), foi afastado do cargo pela justiça eleitoral na tarde de terça-feira. A decisão foi tomada pelo juiz Carlos Fernando, atendendo a um pedido do Ministério Público Eleitoral. O processo contra o prefeito, que já havia sido preso no último fim de semana, também corre em sigilo.

Breno Almeida foi detido após ser flagrado transportando quase R$ 100 mil em espécie junto com três secretários municipais dentro de um carro. A abordagem foi feita por agentes da Polícia Civil, que investigavam uma denúncia de ameaça registrada pelo pai do prefeito, o ex-prefeito Miguel Caetano.

O prefeito foi conduzido à delegacia, onde prestou depoimento e foi autuado em flagrante. Ele foi liberado após pagar uma fiança de R$ 100 mil, mas o valor apreendido permaneceu retido para análise. As suspeitas indicam que os recursos seriam usados para a compra de votos durante as eleições municipais.

Com o novo afastamento, a justiça determinou que o prefeito permaneça fora do cargo até o fim das eleições. A PF continuará as investigações.