Belo Monte opera só com 2 das 18 turbinas

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A seca severa no rio Xingu, no Pará, está afetando diretamente as operações da usina hidrelétrica de Belo Monte. Com o reconhecimento da escassez hídrica pela Agência Nacional de Águas (ANA) nesta semana, a usina, localizada em Altamira (PA), passou a funcionar com apenas duas das 18 turbinas por duas horas e 30 minutos por dia, para fornecer energia no horário de pico. A situação de escassez hídrica, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e o alerta emitido pela ANA, seguirá até 30 de novembro.

Belo Monte é a segunda maior usina hidrelétrica do Brasil, responsável por 11% da energia gerada no país. A seca, no entanto, reduziu drasticamente sua capacidade de operação, limitando a geração de energia ao período de maior demanda. A usina, que não possui reservatórios e utiliza o sistema "a fio d'água", depende diretamente da força da correnteza do rio para gerar eletricidade. Esse modelo, apesar de causar menos impacto ambiental, sofre com a falta de chuvas, que afeta também as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia.

A Bacia do Xingu, que abrange parte dos estados do Mato Grosso e Pará, abastece 23 cidades e é uma rota importante para o transporte de cargas. Dados da ANA apontam anomalias negativas na precipitação desde junho de 2023, e previsões indicam queda no volume de chuvas até setembro de 2024, segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A situação crítica deve manter Belo Monte em operação limitada até que o cenário de seca melhore. Além da usina, outros importantes rios são afetados neste cenário.