O plantio de algodão, apresentado no início da Vitrine Tecnológica no Parque de Exposições, emerge como uma alternativa sustentável para Roraima. O estado, com suas características ideais para o cultivo do produto, como temperaturas constantes e alta luminosidade, possui condições que aceleram o ciclo de produção. Com isso, a colheita ocorre entre cinco e sete meses após o plantio, coincidentemente durante a entressafra nacional, o que amplia as oportunidades de mercado.
A mostra de algodão é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que destacam uma pesquisa promissora para o estado, com o objetivo de incentivar os produtores locais a investir na cultura. Wellington do Ó, pesquisador da Embrapa, ressaltou que o Brasil é líder mundial na produção e exportação de algodão, com destaque para os estados de Mato Grosso e Bahia. Em Roraima, a introdução dessa cultura é estratégica, tanto pela rotação com a soja quanto pelo impacto socioeconômico. "O algodão tem alta rentabilidade e favorece o desenvolvimento sustentável. No Parque de Exposições Dandãezinho, estamos trabalhando com três variedades transgênicas que são resistentes a fungos, vírus e ervas daninhas, o que beneficia o meio ambiente e aumenta o lucro do produtor", explicou.
Além das variedades transgênicas, um projeto voltado para comunidades indígenas está sendo implementado, com o cultivo de algodão colorido. O objetivo é fomentar o artesanato e a agricultura familiar indígena, fornecendo tecnologias como descaroçadores para facilitar o manejo. Sausalém Bastos, coordenador da Agricultura Familiar e Indígena, destacou que a inclusão do algodão na Vitrine Tecnológica da Expoferr Show visa diversificar a produção regional. "Estamos apresentando novas tecnologias e culturas consolidadas, como a soja e o milho, além de fortalecer o cultivo do algodão, que tem alta viabilidade econômica. O algodão é utilizado nas indústrias têxteis, farmacêuticas e na alimentação humana e animal", afirmou.
Embora apresente diversas vantagens, Bastos alertou para os desafios do manejo do algodão, que exige cuidados constantes e equipamentos especializados.