Região Norte enfrenta desafios em UTIs
A Região Norte do Brasil, apesar de registrar avanços no número de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na última década, ainda enfrenta desafios significativos na distribuição de recursos e profissionais especializados. Segundo o estudo A Medicina Intensiva no Brasil: perfil dos profissionais e dos serviços de saúde, divulgado pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), o Norte possui 27,52 leitos de UTI por 100 mil habitantes, abaixo da média nacional de 36,06 e distante dos 42,58 leitos do Sudeste. Durante a pandemia de covid-19, houve um aumento expressivo na quantidade de leitos no Brasil, mas a distribuição continua desigual. Enquanto o Sistema Único de Saúde (SUS) concentra 51,7% dos leitos de UTI disponíveis no país, atende a 152 milhões de brasileiros com uma média de 24,87 leitos por 100 mil habitantes. Na rede privada, que cobre 51 milhões de beneficiários, essa taxa chega a 69,28 por 100 mil beneficiários. A oferta de profissionais também segue o mesmo padrão de desigualdade. O Norte possui apenas 348 médicos intensivistas registrados, o menor número entre as regiões brasileiras, com densidade significativamente inferior à de estados como São Paulo e Minas Gerais. No Amapá, a situação é ainda mais alarmante, com apenas cinco intensivistas para todo o estado, gerando uma densidade praticamente inexistente de especialistas por 100 mil habitantes. A concentração desses profissionais nas capitais agrava a situação. Segundo a Amib, a densidade média de médicos intensivistas nas capitais do país (14,28 por 100 mil habitantes) é cinco vezes maior que nos municípios do interior (2,84). Para o Norte, isso significa um acesso ainda mais limitado à medicina intensiva.