O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Petrobras assinaram um protocolo de intenções, na noite de segunda-feira (31/3), para contratar créditos de carbono provenientes da restauração florestal na Amazônia. As informações foram divulgadas pela Agência BNDS ontem (1º/4).
O programa, denominado ProFloresta , tem como meta recuperar até 50 mil hectares de terras degradadas, o equivalente a 50 mil campos de futebol.
A estimativa é que essa iniciativa capture aproximadamente 15 milhões de toneladas de carbono, quantidade similar à emissão anual de 8,9 milhões de carros movidos a gasolina.
O projeto prevê a seleção de propostas de restauração ecológica com espécies nativas.
Esses projetos gerarão créditos de carbono por meio do reflorestamento. A fase inicial do programa incluirá um edital para contratar até 5 milhões de créditos de carbono, abrangendo uma área de 15 mil hectares.
O investimento previsto é de R$ 450 milhões, com expectativa de geração de mais de 4,5 mil empregos.
Os créditos de carbono resultantes desses projetos terão sua compra garantida pela Petrobras em contratos de longo prazo, denominados offtake.
O valor desses créditos será definido por meio de licitação.
Para viabilizar os projetos, o BNDES oferecerá financiamento com condições especiais por meio de linhas de crédito como o Fundo Clima, que possui taxas e prazos adaptados a iniciativas de reflorestamento.
O ProFloresta representa a primeira transação de créditos de carbono de restauração no Brasil com transparência sobre preço contratado e parâmetros técnicos. O programa também conta com um contrato padrão e acesso público, tornando-se uma referência para o mercado de créditos de carbono e de restauração ambiental.
A iniciativa teve apoio técnico do Nature Investment Lab (NIL), que facilitou o diálogo com especialistas do setor.
O NIL foi criado para incentivar soluções baseadas na natureza e desenvolver modelos de negócio replicáveis. O Instituto Clima e Sociedade (ICS) também participa do projeto, visando a expansão do modelo.
Segundo o BNDES, o ProFloresta complementa outras iniciativas voltadas à recuperação da vegetação nativa nos biomas brasileiros, incluindo a área do Arco da Restauração.