O governo federal discute a criação de um programa para aumentar a segurança nas hidrovias brasileiras, com foco especial na região Norte.
Representantes dos ministérios da Justiça e Portos se reuniram na quarta-feira (2) para estruturar ações contra roubo de cargas, pirataria e tráfico de drogas nos rios amazônicos.
Dados apresentados no encontro mostram que os crimes causam prejuízos anuais de R$ 100 milhões somente no Amazonas, afetando empresas de transporte, comerciantes e comunidades ribeirinhas que dependem da navegação.
Nos últimos 18 meses, mais de 4 milhões de litros de combustível foram roubados de embarcações na região.
Além disso, há registros de danos a barcos, abastecimentos irregulares e casos de violência, incluindo ataques a tripulantes e mortes. A proposta em discussão prevê ampliar as atribuições da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, que passariam a atuar também no patrulhamento fluvial.
No entanto, para que essa ampliação ocorra, é necessária a aprovação da PEC da Segurança Pública, que está em análise no Congresso.
O governo avalia ainda a necessidade de reforço no efetivo policial e a aquisição de novas embarcações para intensificar a vigilância nos trechos mais críticos.
O plano inclui a integração entre tecnologia, forças de segurança e concessões hidroviárias. A meta é transformar os rios em corredores logísticos mais seguros e eficientes, garantindo maior proteção ao transporte de cargas e à população.
Entre as medidas estudadas estão o uso de drones para monitoramento remoto, o compartilhamento de informações entre órgãos federais e estaduais e a criação de bases fluviais estratégicas ao longo dos principais rios da Amazônia.
Participaram da reunião secretários executivos de ambos os ministérios, diretores das polícias federal e rodoviária, e representantes de órgãos ligados à navegação.
A iniciativa protege um modal de transporte fundamental para o escoamento da produção regional e o abastecimento de comunidades isoladas, que dependem das hidrovias para receber alimentos, medicamentos e outros insumos essenciais.
O governo espera que as ações tragam impactos positivos para a economia local e aumentem a segurança.