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Museu Nacional recebe doação de 1.104 fósseis

Museu Nacional recebe doação de 1.104 fósseis de plantas, insetos e dinossauros | Foto: Divulgação

Mais de mil fósseis, entre os quais de insetos e dinossauros, passaram a fazer parte do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio. Os itens, apresentados na manha desta terça-feira (7), são frutos de uma doação, uma das maiores já recebidas pela instituição, e todos têm como origem a bacia do Araripe. Ao todo, há 1.104 peças, entre plantas, insetos e dinossauros, que elevam em 20% o acervo de fósseis do museu . Um dos destaques é um crânio de Tupandactylus Imperator, extremamente preservado. Com ele, foi possível descobrir detalhes da mandíbula e da pele da cabeça do animal até então desconhecidos.

A coleção desembarcou no Rio em 2023 depois de dois anos de negociação. Os itens pertenciam a Burkhard Pohl, que, nas últimas décadas, comprou uma série de fósseis em feiras na Europa e nos Estados Unidos. "Logo após o incêndio, o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, me procurou solicitando ajuda para tentar reconstruir o acervo do museu. Ele queria um T. rex, que tem grande valor atrativo museológico. Não achamos o T. rex, ainda, mas achamos uma coleção que tem um enorme valor científico e histórico", conta Frances Rernolds, presidente do Instituto Inclusartriz, responsável financeira pelas buscas do acervo. No incêndio, grande parte do acervo foi perdido de forma irrecuperável. E essa coleção apresentada nesta terça (7) não tem o objetivo de substituí-la. Os valores científicos são diferentes. Os estudos publicados sobre o acervo perdido estão servindo de base de comparação e somando às novas descobertas que essas peças estão trazendo. Durante a apresentação da coleção, Kellner não quis dar detalhes sobre os repasses e apoios públicos para a reconstrução da instituição, que vinha sofrendo com falta de verbas e manutenção desde antes do incêndio.

"Sabemos que a nossa perda teve um valor inestimável e é irrecuperável. Agora, vamos aprender com os nossos erros e garantir que o que estávamos construindo nos últimos anos possa ser exposto, estudado e catalogado com qualidade e segurança. Para essa doação acontecer, precisamos provar que estamos prontos para isso. Hoje, estamos realizando um desejo antigo de ter o nosso arquivo fora do museu. Em um prédio destinado para isso", disse Kellner.

Parte do acervo que o sobrou do museu ainda está sendo recuperado e documentado. Mas, uma parte importante havia sido escaneada por um microtomógrafo que fez uma leitura em 3D das peças. No entanto, não há estudos sobre isso para fins de exposição.