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Calamidade eleva a inflação em POA

A inflação na região metropolitana de Porto Alegre atingiu 0,87% em maio, quase o dobro do índice nacional de 0,46%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta reflete os impactos da calamidade climática que afeta o Rio Grande do Sul, deixando grande parte do estado alagada durante semanas.

Porto Alegre registrou a maior inflação entre as áreas pesquisadas pelo IBGE. Para calcular o IPCA, o instituto pesquisou preços em várias regiões metropolitanas e municípios, com Porto Alegre tendo um peso de 8,61%, o quarto maior entre as regiões avaliadas.

Os itens que mais contribuíram para a alta na inflação de Porto Alegre foram a batata-inglesa, com aumento de 23,94%, o gás de botijão (7,39%) e a gasolina (1,8%). Comparativamente, esses itens apresentaram aumentos mais modestos no índice nacional: batata-inglesa (20,61%), gás de botijão (1,04%) e gasolina (0,45%).

O grupo de alimentos e bebidas registrou uma alta de 2,63% em Porto Alegre, enquanto no país a variação foi de 0,62%. Hortaliças e verduras subiram 14,88% na capital gaúcha, frente a 0,37% no país. No caso das frutas, que apresentaram queda de 2,73% na média nacional, os preços aumentaram 5,52% em Porto Alegre. Pescados, aves, ovos e leite também tiveram variações superiores na capital gaúcha em comparação ao índice nacional.

Apesar do aumento significativo na inflação, três dos nove grupos de preços pesquisados registraram deflação em Porto Alegre: artigos de residência (-1,54%), saúde e cuidados pessoais (-0,02%) e comunicação (-0,41%).

Além do IPCA, o IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reflete o consumo de famílias com renda entre um e cinco salários mínimos. Pelo INPC, a inflação em Porto Alegre foi de 0,95% em maio, mais que o dobro da média nacional de 0,46%.

A calamidade climática afetou a coleta presencial de preços na região. Em situações normais, 20% dos dados são coletados presencialmente, mas esse número chegou a 65% em maio. Produtos que não puderam ter os preços coletados presencialmente ou de forma remota tiveram seus dados imputados, uma técnica estatística usada para evitar distorções nos resultados.

O gerente da pesquisa, André Almeida destacou que a imputação segue critérios metodológicos recomendados internacionalmente, proporcionando segurança nos resultados. Almeida explicou que a imputação de preços é feita com base na média de preços observada em locais semelhantes.