PIB do Rio Grande do Sul cresce 4,1% no 1º trimestre

Agropecuária impulsiona economia gaúcha antes das enchentes

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O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul registrou um crescimento de 4,1% no primeiro trimestre de 2024 em comparação ao último trimestre de 2023, com destaque para o setor agropecuário. Esse crescimento ocorreu antes das enchentes que atingiram o estado em abril e maio. Os dados foram divulgados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) nesta terça-feira (25).

A recuperação da agropecuária foi notável, apresentando um crescimento de 59,1% no primeiro trimestre, após as estiagens de 2022 e 2023 e o excesso de chuvas no ano passado. A indústria e os serviços também mostraram avanços, com aumentos de 0,5% e 1,2%, respectivamente. Em comparação, o PIB nacional cresceu 0,8% no mesmo período, com a agropecuária crescendo 11,3%, os serviços 1,4% e a indústria nacional registrando uma ligeira queda de 0,1%.

Na indústria gaúcha, todas as quatro atividades analisadas mostraram crescimento: a indústria de transformação (0,1%), eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (0,4%), construção (0,2%) e a indústria extrativa (1,5%). No setor de serviços, o comércio liderou o crescimento com 3,5%, seguido por transportes, armazenagem e correio (1,5%) e serviços da informação (1,3%). Entretanto, a intermediação financeira e seguros apresentou uma queda de 1,7%.

Em comparação ao primeiro trimestre de 2023, a economia gaúcha cresceu 6,4%. No Brasil, o crescimento foi de 2,5% no mesmo período. O crescimento da agropecuária foi fortemente influenciado pelas lavouras de soja (71,2%) e milho (26,4%), ambas prejudicadas pela estiagem nos anos anteriores. O arroz também apresentou crescimento de 4,3%, enquanto o fumo e a uva registraram quedas de 2,6% e 22,2%, respectivamente.

Na indústria, o crescimento de 2,6% entre janeiro e março foi liderado pela atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com um aumento de 40,7%. Lazzari explicou que a estiagem no início de 2023 havia restringido a produção de energia hidroelétrica, mas as chuvas normalizadas no início deste ano permitiram a recuperação do setor.

A indústria extrativa mineral cresceu 2,1% em relação ao ano passado, enquanto a indústria de transformação registrou uma queda de 1% e a construção teve uma leve queda de 0,4%. Entre as atividades de transformação, destacaram-se as quedas na fabricação de máquinas e equipamentos (-26,8%), veículos automotores (-13,5%) e produtos alimentícios (-4,9%). Por outro lado, houve crescimentos significativos nos produtos derivados de petróleo e biocombustíveis ( 93,9%) e produtos do fumo ( 19,4%).