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Emergência fitossanitária é prorrogada no Paraná

O governo do Paraná anunciou a prorrogação da emergência fitossanitária no estado por mais 180 dias, conforme estabelecido pelo Decreto 6.356/2024, publicado na última sexta-feira (28). A iniciativa visa intensificar o combate ao greening, uma das principais ameaças aos citros em âmbito mundial, proporcionando maior celeridade e eficiência nas ações de controle da doença.

Nos últimos dois anos, cerca de 280 mil plantas cítricas e ornamentais, como a murta, foram erradicadas nas regiões Noroeste e Norte do Paraná. As medidas incluem a erradicação de plantas doentes, o plantio de mudas sadias provenientes de viveiros registrados e o controle rigoroso do inseto vetor, o psilídeo Diaphorina citri, através de métodos biológicos e químicos.

As ações são coordenadas pelo Governo do Paraná, em colaboração com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), além de produtores, indústrias do setor, entidades de pesquisa agropecuária, cooperativas e prefeituras locais.

O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, destacou a importância do decreto para sustentar as medidas de controle da doença, sublinhando o papel crucial da citricultura na economia e na sociedade paranaense.

Operação BIG Citros

A Operação BIG Citros, lançada em agosto do ano passado, foi uma das iniciativas-chave, concentrando esforços em conscientização, fiscalização e intensificação das medidas preventivas e de controle do greening. Com a participação de 40 servidores distribuídos em 24 municípios estratégicos, foram realizadas 409 fiscalizações em propriedades comerciais de citros, além de 376 em áreas não comerciais e duas em viveiros clandestinos.

A fiscalização resultou na aplicação de mais de 200 notificações para erradicação de plantas sintomáticas e apresentação de planos de manejo, além de 20 autos de infração. Paulo Marques, chefe da Divisão de Sanidade da Fruticultura da Adapar, ressaltou a colaboração integral do setor privado para o sucesso das operações públicas.

O greening é ameaça severa devido à sua rápida disseminação e aos danos graves que causa às plantas cítricas. Transmitida pelo psilídeo asiático Diaphorina citri, a doença provoca a queda precoce dos frutos, reduzindo seu tamanho e qualidade, afetando tanto o consumo quanto a indústria.

Além das medidas atuais, o controle do psilídeo é fortalecido pelo uso da Tamarixia radiata, uma vespa parasitoide que ataca os ninhos do inseto, reduzindo sua população. Desde 2016, mais de 10 milhões de vespas foram liberadas em áreas adjacentes a pomares comerciais em 60 municípios.